Coleção Charlas y Luchas é sobre três mulheres anarquistas

O que três mulheres  do século passado podem nos ensinar sobre suas lutas em território latino-americano? Por qual motivo conversar, contar sobre elas e sobre suas lutas? Maria A. Soares, Juana Rouco Buela e Margarita Ortega Valdés são as três personagens de Charlas y Luchas. 

Maria A Soares, brasileira, não deixou um livro pronto, mas deixou textos em diversos periódicos entre 1912 e 1922. A equipe da coleção transcreveu seus escritos e os transformou em uma publicação. Já Juana Rouco Buela, que migrou criança para a Argentina, escreveu uma autobiografia no final da sua vida, onde conta suas ações em diversos países e fala do ideal anarquista que viveu e nunca abandonou. Margarita Ortega Valdés deixou um único texto, mas sua história foi relatada por Ricardo Flores Magón e ela é considerada infatigável e essencial para a Revolução Mexicana.

O anseio principal da coleção Charlas y Luchas é falar de mulheres anarquistas latino-americanas e de sua vontade de ação.   

O projeto gráfico da coleção foi desenvolvido por Laura Daviña e para cada livro foi proposta uma metodologia de edição cuja unidade é dada pelo projeto editorial.

 Conheça cada um deles:

Unidas nos lancemos na luta: o legado anarquista de Maria A. Soares

O livro tem 224 páginas e resgata 48 textos publicados em jornais ou endereçados por cartas. Os textos apresentam assinaturas diferentes: Maria A. Soares, Maria Antônia Soares, Maria A. Suárez, Angelina Soares, e de elaboração coletiva pelo Centro Feminino Jovens Idealistas ou o Centro Feminino de Educação, que elucidam a atuação das mulheres no anarquismo naquele período. A publicação conta também com uma breve biografia de Maria Antônia Soares. Participam do livro: Ananita Rebouças (neta de Angelina Soares), Beatriz Silvério, Dandara Luigi, Fernanda Grigolin e Samanta Colhado Mendes. A edição é de Aline Ludmila.

História de um ideal vivido por uma mulher e textos escolhidos de Juana Rouco Buela

Em 224 páginas, o livro reúne a tradução inédita em português de História de um ideal vivido por uma mulher. Há também textos escolhidos da publicação Mis Proclamas e dos editais de Nuestra Tribuna. Juana Rouco Buela foi uma anarquista publicadora. Escreveu, editou e produziu Nuestra Tribuna, além de ter trabalhado em vários ofícios como passadeira e jornalista, por exemplo. Subiu e desceu rampas de navios. Esteve clandestina e sozinha em um deles. Juana percorreu vários pontos do Atlântico e em todos esteve junto ao movimento anarquista. Viveu no Brasil, mas foi na Argentina e nas terras ríoplatenses que construiu seus afetos mais profundos. O livro conta com textos de Ingrid Ladeira, Angela Roberti, Laura Fernández Cordeiro e Rut Akselman-Cardella (neta de Juana). A tradução para o português é de Fernanda Grigolin. Os desenhos são de Dandara Luigi. A edição é de Aline Ludmila e a produção editorial é de Beatriz Silvério.

Infatigável guerrilheira: Margarita Ortega Valdés na Revolução Mexicana

Margarita Ortega Valdés esteve ao lado de seus companheiros magonistas durante as ações fronteiriças entre México e Estados Unidos. Ela era infatigável. O deserto foi sua memória, seu pensamento e sua ação. Enfrentou as zonas de calor como ninguém: carregou armas e cuidou dos feridos. Também enterrou sua filha e foi lá que partiu. Quem já pisou ali, naquela fronteira, sabe que há momentos que a temperatura explode, vai a 50 graus. Essa mulher percorria esse território por horas. Lembrar de Margarita é falar de América Latina. Pessoas do Brasil e do México se uniram para produzir o livro sobre ela. A publicação de 96 páginas traz artigos, biografia, trabalhos de artistas. Dandara Luigi, Fernanda Grigolin, Karen Márquez e Pepe Rojo realizaram uma criação artística em conjunto. Nayeli Morquecho Estrada fez uma biografia de Margarita em duas vozes. Cassio Brancaleone contou um pouco das relações entre magonismo e zapatismo. A edição são de Beatriz Silvério e Fernanda Grigolin e a produção editorial é de Bruna Novais.

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